Desde que assumiu o cargo de presidente da Argentina em dezembro de 2023, Javier Milei implementou uma série de reformas econômicas com o objetivo de reverter a crise econômica do país. Essas medidas têm tido um impacto significativo e diversificado na economia da Argentina, trazendo tanto problemas quanto avanços

Superávit Fiscal e Redução do Déficit
A obtenção de superávits fiscais consecutivos foi uma das conquistas notáveis do governo Milei. A Argentina teve seu primeiro superávit mensal desde 2012 com um superávit de 338,1 bilhões de pesos argentinos (cerca de US$ 397,6 milhões) em fevereiro de 2024 (Poder360). Os cortes significativos nos gastos públicos, bem como uma gestão fiscal rigorosa, tornaram possível esta realização. No entanto, esse superávit foi alcançado por meio da redução do poder aquisitivo de aposentadorias e do adiamento de pagamentos a empresas do setor elétrico, o que coloca em dúvida sua sustentabilidade (DW).
Mercado Financeiro

As políticas de Milei tiveram um impacto positivo no mercado financeiro argentino. O índice Merval da bolsa de valores argentina teve uma alta de 84% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao ano anterior (Estadão E-Investidor). A desregulamentação e a redução de tributos aumentaram a confiança dos investidores, impulsionando esse crescimento. No entanto, a viabilidade a longo prazo dessas políticas ainda é incerto. E principalmente devido à inflação persistente e à necessidade de reformas estruturais que ainda não foram aprovadas pelo Congresso (Estadão E-Investidor).
Inflação e Pobreza
A Argentina continua enfrentando grandes desafios econômicos, apesar das melhorias no superávit fiscal e na bolsa de valores. Embora em queda, a inflação anual ainda é extremamente alta, atingindo 276,2% em 2024 (Poder360). A pobreza ainda é um grande problema, com 41,7% da população vivendo em pobreza no final de 2023. Além de um aumento da extrema pobreza para 17,5% (DW) (Poder360).
Expectativas Futuras
O crescimento econômico a curto prazo ainda é incerto. Tanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) quanto a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projetaram uma queda de 3,3% na economia argentina em 2024(DW). Ainda assim, há um otimismo cauteloso em relação à possibilidade de uma recuperação econômica duradoura por meio de reformas fiscais e investimentos estrangeiros.
Conclusão
Através de políticas de austeridade e desregulamentação, o governo de Javier Milei tem demonstrado um compromisso firme com a redução do déficit fiscal e a estabilização da economia. No entanto, a eficácia e a duração dessas políticas dependem de uma variedade de elementos, como a capacidade do governo de fazer reformas estruturais, controlar a inflação e reduzir a pobreza. Embora a Argentina ainda tenha um longo caminho a percorrer para alcançar uma recuperação econômica duradoura, seus primeiros passos foram encorajadores.